Mantida inflexibilidade da Gol no TST (Tribunal Superior do Trabalho): empresa não se coloca favorável às sugestões de Acordo Coletivo de Trabalho com o SNA (Sindicato Nacional dos Aeroviários), durante reuniões de mediação que ocorreram na última semana.
O que mais chama a atenção dos representantes sindicais é que foi a própria companhia aérea que pediu a mediação do TST. Mas não acata nenhuma possibilidade de mudança em suas propostas iniciais.
“A Gol tentou intimidar o Sindicato com a solicitação de mediação do TST nas negociações. Na verdade, a empresa apenas poupou o trabalho de nossa assessoria jurídica, que já se preparava para acionar o órgão público. E agora que temos a possibilidade de seguir com o processo, mais uma vez percebemos total falta de interesse dos empregadores em chegar a um consenso que possibilite seus empregados de passarem pela pandemia do Covid-19 em condições minimamente dignas”, lamenta Luiz Pará, presidente do SNA.
Resultado da mediação com a Gol no TST
As reuniões com a Gol no TST continuam em andamento, apesar da irredutibilidade da empresa. A próxima mediação é realizada nesta segunda, 6 de julho, com representantes do SNA e entidades filiadas à FENTAC (Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil).
“Infelizmente, nem todas as entidades sindicais têm a mesma preocupação e responsabilidade social que este sindicato tem com a categoria. Alguns acordos muito prejudiciais para os trabalhadores já foram fechados por outros sindicatos e a Gol tenta se aproveitar disso para impôr seus termos”, explica Selma Balbino, diretora do SNA.
A direção do SNA conseguiu chegar a um consenso com a Latam e espera a mesma sensatez por parte da Gol. Afinal, dados disponibilizados pelo setor no mês de julho preveem a retomada do crescimento nas demandas da aviação civil. Representantes sindicais pedem que a companhia aérea leve esses números em consideração, para que um acordo coletivo possa ser finalmente fechado.
Processo do Acordo Coletivo com a Gol
A pandemia do Covid-19 resultou em uma queda drástica de voos na aviação civil e fez com que empresas precisassem se adequar a situação passageira ocasionada pelo estado se calamidade pública. Nos três primeiros meses, a direção do SNA conseguiu fechar um acordo coletivo com a Gol para garantir que os profissionais pudessem manter condições de sustento durante o período, sem a necessidade de demissões em massa.
Porém, no momento de renegociar novas cláusulas, a empresa adota postura de intransigência, sem aceitar as propostas aprovadas por 96% da categoria durante assembleias virtuais realizadas pelo Sindicato. Diante do impasse na definição de acordos coletivos, dirigentes sindicais recebem relatos de profissionais que são coagidos a assinarem acordos individuais em diferentes aeroportos no país.
A direção do SNA solicita que profissionais denunciem irregularidades cometidas pela empresa diretamente com os coordenadores sindicais de sua base, em nosso contato jurídico no e-mail atendimento@sna.org.br, ou em nosso grupo no Telegram com profissionais da Gol.
Dirigentes do Sindicato esperam conseguir um acordo até o final da semana, mas dependem da compreensão dos empregadores de que profissionais precisam de uma proposta que garanta o sustento da categoria aeroviária e seus familiares. Novidades sobre as negociações serão divulgadas em nossos canais.
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Texto: Ag. Amora | Foto: Divulgação/Voe Gol